O arquiteto Vinicius Galeazzi, representante do Senge (Sindicato dos Engenheiros do RS) e coordenador do Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa, está lançando um alerta: a ideia de vender a área para projetos imobiliários, como pretendeu a governadora Yeda Crusius, voltou a ser cogitada no governo Sartori.

O sinal, segundo Galeazzi, é o decreto 53.084, assinado pelo governador, que muda o objetivo e os integrantes do Grupo de Trabalho criado em 2012, para “propor projetos e ações para “regularizar a situação das vilas que ocupam parte do morro, a criação do Parque Morro Santa Teresa, mantendo os prédios públicos no local”.

O novo decreto, datado de 21 de junho, tem por finalidade “avaliar estudos já realizados em relação ao imóvel”.

O Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa nasceu, há seis anos, exatamente em reação a “um estudo já realizado” no Governo Yeda Crusius que visava transferir a área para uma empresa  privada.

O objetivo da permuta seria viabilizar um projeto de descentralização da FASE, instituição que abriga menores infratores e que ocupa grande parte da área do morro, exatamente a mais valiosa, diante do Guaíba.

Em troca,  o governo receberia nove imóveis em vários pontos da região metropolitana, para instalar unidades pequenas, que abrigariam os menores em conflito com a lei.

A justificativa era a necessidade de manter esses menores o mais perto possível  das famílias.

O decreto de Sartori, que não mereceu notícia, retira do Grupo de Trabalho o principal ator da regularização fundiária – a Secretaria de Obras, Saneamento e Habitação.

O secretário Gerson Burmann, quando assumiu, manifestou apoio ao Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa e afirmou, inclusive,  que o Governador Sartori pedira prioridade para a regularização.

Agora houve uma reviravolta, segundo Galleazzi. Em abril, um ofício do Governador no Diário Oficial, suspendeu o Grupo de Trabalho.

E agora, a 21 de junho, editou o decreto que altera o objetivo do GT para “avaliação de estudos anteriores”.

São 74 hectares, no coração de Porto Alegre, de frente para a orla do Guaíba maravilhosa, que já foram inclusive avaliados em R$ 92 milhões, isto é, R$ 1,2 milhão/hectare.

Segundo Galleazzi, o atual presidente da FASE, Robson Luiz Zinn, em reunião com lideranças comunitárias, tem sido explícito: “A Governadora Yeda estava certa em querer vender a área”.

Fonte: Jornal Já – http://www.jornalja.com.br/venda-do-morro-santa-teresa-esta-de-novo-em-discussao/”

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