Luis Isaías Pires Bettervide, morador da Ilha das Flores, apresentou um documento com reivindicações de contrapartidas sociais que a população afetada deseja ver atendidas. Segundo Luis, a comunidade não está preocupada com questões técnicas da obra, mas sim com as questões sociais. Ele critica ainda a falta de diálogo entre os órgãos municipais encarregados do projeto e a comunidade, “O CAR (Centro Administrativo Regional) Ilhas não nos avisa das reuniões, e a comissão criada não nos representa”. O superintendente substituto do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT-RS), Delmar Pellegrini Filho, acredita que não há falta de diálogo. Segundo Delmar, desde maio de 2014 são realizadas reuniões que contam com a participação da população. Para Cristiano, do CDES Direitos Humanos, os recentes processos de reassentamento ligados a megaobras evidenciam falhas recorrentes na questão social. “Enquanto estivermos preocupados em liberar trecho de obra, os projetos dificilmente terão um olhar social”, afirma.
Uma audiência pública deve ser realizada em uma das comunidades atingidas, ainda sem data definida. Segundo o presidente da COSMAM, o Vereador Marcelo Sgarbossa, ela deve ocorrer na primeira quinzena de novembro. Mauro Gomes de Moura, da Secretaria do Meio Ambiente de Porto Alegre, considera “necessário adequar o Plano Diretor Urbano da cidade às ilhas”. Segundo ele muitas demandas da população passam por impedimentos legais, por se tratar de uma área de preservação ambiental. No dia 1º de outubro será realizada uma audiência pública para debater o regime urbanístico das ilhas.